ONU alerta sobre ondas de calor mais intensas e perigosas

Nesta terça-feira (18), a Organização das Nações Unidas emitiu um alerta sobre a expectativa de ondas de calor mais intensas em todo o mundo. Isso ocorre em meio a um cenário em que várias regiões do hemisfério norte têm enfrentado temperaturas sufocantes, resultando em incêndios e ameaçando a saúde da população.

John Nairn, especialista em calor extremo da Organização Meteorológica Mundial (OMM), destacou que tais situações de calor intenso continuarão a crescer em intensidade. Ele ressaltou que o fenômeno recém-declarado do El Niño apenas agravará a ocorrência e a intensidade dessas ondas de calor extremo.

A onda de calor no hemisfério norte persiste, com incêndios ativos na Grécia e nos Estados Unidos, além da possibilidade de um recorde de temperatura no continente europeu nas ilhas italianas da Sardenha e Sicília. Autoridades de saúde têm emitido alertas de calor nos Estados Unidos, Europa e Ásia, enfatizando a importância da hidratação e da proteção solar.

O aumento no número de ondas de calor simultâneas no hemisfério norte desde a década de 1980 é uma tendência preocupante, segundo os especialistas da OMM. Eles atribuem as mudanças climáticas aos gases de efeito estufa, que retêm o calor na atmosfera.

A OMM alertou que a onda de calor em curso se intensificará nesta semana, resultando em temperaturas noturnas mais altas e aumentando o risco de ataques cardíacos e mortes. Espera-se que as temperaturas excedam 40°C em várias regiões da América do Norte, Ásia, Norte da África e Mediterrâneo por vários dias. Isso pode resultar em temperaturas noturnas na casa dos 30 graus em algumas áreas, o que representa um risco significativo para a saúde humana.

Panu Saaristo, da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), ressaltou que crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas estão particularmente vulneráveis. No ano passado, mais de 60.000 europeus perderam a vida durante ondas de calor, apesar dos sistemas avançados de alerta precoce existentes. A IFRC está monitorando a situação e fornecendo assistência, como água potável e abrigos, para as pessoas afetadas pelos incêndios e ondas de calor.

A OMM destacou que novos recordes de temperatura são possíveis nos próximos dias, lembrando que o recorde europeu anterior era de 48,8ºC, alcançado na Sicília em agosto de 2021, enquanto o recorde mundial é de 56,7ºC, registrado no Vale da Morte, Califórnia, em julho de 1913.

Embora a atual onda de calor esteja relacionada a sistemas climáticos estacionados e movimentos incomuns, Nairn ressaltou que tais padrões não são normais no clima passado. Ele destacou a necessidade de abordar e alterar esses padrões climáticos para mitigar os impactos das mudanças climáticas.

 

(Com informações da AFP e Reuters)

Fonte/Reprodução: Gazeta Brasil